21 de dez. de 2011


Em 2010, 6% da população do país, ou 11.425.644 pessoas, moravam nos chamados aglomerados subnormais, como favelas e ocupações, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, parte dos dados do Censo Demográfico 2010, foi divulgado nesta quarta-feira (21) e também traça o perfil de serviços, como água e esgoto, disponíveis nesses locais de ocupação irregular.
Segundo o instituto, um aglomerado subnormal é um conjunto de no mínimo 51 unidades habitacionais, que podem ser barracos, casas ou outras moradias consideradas carentes. Esses conjuntos são fruto de ocupação ilegal de terra. Podem ser favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades ou vilas.
Ranking das favelas e ocupações mais populosos do país, segundo IBGE:
Rocinha (RJ)
69.161
Sol Nascente (DF)
56.483
Rio das Pedras (RJ)
54.793
Coroadinho (MA)
53.945
Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA)
53.129
Casa Amarela (PE)
53.030
Pirambú (CE)
42.878
Paraisópolis (SP)
42.826
Cidade de Deus (AM)
42.476
Heliópolis (SP)
41.118
Assentamento Sideral (PA)
39.706
Fonte: IBGE 2010 - População residente em domicílios particulares ocupados em aglomerados subnormais
O instituto informou que faz esse tipo de levantamento desde 1991, mas que este ano utilizou imagens de satélite de alta resolução para atualizar essas áreas.
Ao todo, foram identificados 6.329 aglomerados subnormais em 323 municípios do país. Neles, estão 3.224.529 de domicílios particulares (5,6% do total). A maior parte da população é de mulheres, 5.853.404 contra 5.572.240 homens.
Os dados do Censo mostram também que, nos aglomerados, havia mais moradores por domicílio se comparados a outras áreas urbanas. O contraste é ainda mais acentuado nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Sudeste lidera
Os domicílios em favelas e comunidades carentes se concentram na região Sudeste (49,8%). Apenas o estado de São Paulo possui 23,2% dos domicílios do país nesses locais em 2010, à frente do Rio de Janeiro, que está em segundo, com 19,1%.

São Paulo e Rio de Janeiro também possuem as favelas de maior população. A Rocinha é a primeira, com 69.161 pessoas vivendo em 23.352 domicílios, uma média de três pessoas por casa.
Em São Paulo, estão Paraisópolis e Heliópolis, respectivamente com 42.826 e 41.118 habitantes, vivendo em 13.071 (3,3 por casa) e 12.105 (3,4 por domicílio).
Os estados da região Nordeste têm 28,7% do total --9,4% na Bahia e 7,9% em Pernambuco. A região Norte reúne 14,4%, sendo 10,1% no estado do Pará. Nas regiões Sul (5,3%) e Centro-Oeste (1,8%), a ocorrência é menor.

O Sudeste agrupa quase a metade dos municípios do país com aglomerados subnormais, 145 ao todo. Pouco mais da metade estão localizados nas regiões metropolitanas (75 cidades) e o restante no interior dos estados. A Região Sul tem 51 municípios, o Centro-Oeste, apenas nove.Regiões metropolitanas concentram favelas
Segundo o IBGE, 88,2% dos domicílios em aglomerados subnormais estão em regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes, enquanto 11,8% destes domicílios estão em municípios isolados ou regiões metropolitanas com menos de 1 milhão de habitantes. As regiões metropolitanas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Belém somadas concentram quase a metade (43,7%) do total do país.

Concentração da população em aglomerados subnormais nas regiões metropolitanas em São Paulo (esquerda) e Rio de Janeiro (direita) (Foto: Reprodução/IBGE 2010)
O Nordeste tem 70 cidades contendo aglomerados subnormais, que se concentram nas regiões metropolitanas (52 municípios). O Norte tem 48 cidades, a grande maioria no interior dos estados do Amazonas, do Pará e do Amapá. Segundo o IBGE, eles estão localizados em áreas ribeirinhas sujeitas a inundações periódicas.
Os aglomerados também estão presentes em maior escala, quase sempre, no município-núcleo dessas regiões metropolitanas, com destaque para Natal (RN), com 100%; Distrito Federal, 97,7%; Salvador (BA), 94,9%; Maceió (AL), 94,6%; Manaus (AM), 94,3%; Fortaleza (CE), 92,4%; e Campinas (SP), 92,2%. De acordo com o instituto, isto se explica pela concentração demográfica e maior oferta de emprego no município-núcleo.

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