17 de nov. de 2010

  Enquanto gastam-se rios de dinheiro em campanhas de trânsito, luta-se para implantar e fazer valer o Código de Trânsito, verdadeiros animais estão soltos nas ruas.
Na quinta-feira, 26/10/2000, por volta das 10:20, eu estava retornando do Hospital Ortopédico, em Belo Horizonte, descendo a Av. Afonso Pena. Em frente ao Central Shopping, o trânsito estava lento e o sinal ficou amarelo. Freei normalmente, uma vez que não haveria tempo de atravessar o cruzamento. Eis que aparece uma perua Marea Weekend verde-metálico freando e cantando pneus bem atrás de meu carro.
Estranhei tamanho estardalhaço dentro de um trânsito lento, mas organizado, naquele cruzamento. Não satisfeito em quase abalroar a traseira de meu veículo, o motorista logo emparelhou seu carro e começou a me provocar, alegando que eu estava correndo (!) e que tinha freado bruscamente. Apontei para o sinal vermelho, para o trânsito parado e ele continuou a me provocar. Vendo que não conseguia nada, passou a ameaçar descer do carro, não me contive e chamei-o de "bestão" e, ao ver que eu estava fechando meu vidro, ele cuspiu. Vejam só o nível desse sujeito. Imagine se ele tivesse batido em meu carro: eu poderia estar morto a uma hora destas.
Depois disso, ele ainda ameaçou descer do carro e eu, pressentindo que o meliante poderia estar armado, avancei meu carro uns 5 metros à frente. Dobrei a esquina, logo que o sinal abriu, e o marginal continuou a me seguir, gesticulando, interrompendo a perseguição alguns quarteirões adiante, quando eu dobrei à direita, na rua Goiás, em direção ao centro.
Liguei imediatamente para a Polícia Militar, no 190, que prometeu interceptá-lo. Duvido que tenham conseguido: não havia qualquer policial por perto. Devido a tamanha confusão, não posso garantir a placa do veículo, mas tenho certeza que começava por GYA-7 e provavelmente era GYA-7222 ou 7772. Uma Marea Weekend verde-metálico dirigida por um moleque, um marginal, uma besta-fera que põe em risco a vida de pessoas descentes, honestas, trabalhadoras, que respeitam as leis de trânsito e o direito à vida.
Assim como aconteceu comigo, imagino que possa acontecer com qualquer um. Fico imaginando meus filhos, hoje adolescentes, dentro de alguns anos dirigindo por aí. O que será deles? No próprio centro de uma metrópole poderão a qualquer momento serem agredidos, caçados e, quem sabe, mortos, por gente que, ostentando um carro novo e reluzente, pensam que dominam o mundo, as pessoas, as leis, e tentam fazer justiça pelas próprias mãos. Verdadeiros animais, soltos em banheiras de cento e tantos cavalos, com um jumento, um jegue no volante.
Fica aqui o meu protesto contra a violência que mina a sociedade em que vivemos.

http://gold.br.inter.net/luisinfo/transito.html

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