O desmatamento na Amazônia caiu 43,31% em setembro em relação ao mesmo período de 2010, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (31) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério do Meio Ambiente.
De acordo com o levantamento, em setembro de 2011 uma área de 253,8 km² de floresta foi suprimida, quase sete vezes o tamanho do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Há um ano, o total derrubado era de 447,7 km².
“Temos muito o que fazer, ainda temos desmatamento, mas temos um bom desempenho no Brasil e temos que acelerar o combate ao crime ambiental e reduzir, eliminar por completo desmatamento na Amazônia”, disse em Brasília a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Segundo o Inpe, Mato Grosso, que havia diminuído o ritmo de degradação do bioma em agosto, voltou a liderar o desmatamento com 110,8 km². Em seguida vem Rondônia, com 49,9 km², e Pará, com 46,9 km².
O sistema de detecção do desmatamento em tempo real (Deter), que analisa mensalmente o ritmo de degradação da região por meio de imagens de satélite, não conseguiu visualizar apenas 5% da Amazônia Legal devido à densidade de nuvens.
O Deter é um levantamento rápido e mapeia tanto áreas de corte raso quanto áreas em processo de desmatamento por degradação florestal.
De janeiro a setembro, o Deter verificou 1,8 mil km² de áreas desmatadas. De acordo com a ministra Izabella Teixeira, 87% dos polígonos desmatados no estado de Mato Grosso foram checados em campo, pelo fato de ter sido o protagonista no desmate às florestas da região amazônica.
Segundo ela, o mapeamento é confiável e está correspondendo às expectativas. “Apenas 12,7% dos desmates estavam autorizados, ou seja, o Deter está (...) acertando”, afirmou.
Como forma de demonstrar o empenho do governo no combate ao desmatamento, a ministra revelou ainda que “mesmo no período de chuva está mantida a fiscalização do Ibama na Amazônia, nada vai interromper o combate ao crime ambiental no país”.
Código Florestal
Izabella elogiou o relatório apresentado pelo relator das comissões de Ciência e Tecnologia e de Agricultura no Senado, Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC).
De acordo com a ministra, “é importante observar que nós tivemos avanços não só na questão dos manguezais como áreas de preservação permanente, isso foi um ganho, como também observar que você não tem anistia para novos desmatamentos”.
Ela ressaltou também a importância do Cadastro Ambiental Rural (CAR), “que vai levar ao caminho da regularização ambiental rural”. A ministra afirmou que ainda há muito o que discutir a respeito do novo código e que ainda segue falando com os senadores para a melhor aprovação do texto.