Violência e corporativismo são características mal vistas pela população
Apesar dos investimentos em formação, 65% dos moradores de Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal afirmam que a polícia é nada ou pouco confiável. O dado consta do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado nesta quarta-feira (23). A pesquisa foi feita entre abril e junho de 2011.
A desconfiança em relação à polícia atinge todas as classes sociais e perfis, como sexo e escolaridade. Entre as mulheres, no entanto, a polícia tem uma imagem ligeiramente pior: 69% delas não confiam nos agentes. Quanto aos homens, esse índice é de 61%.
Um dado que chama atenção é que a população de baixa e alta escolaridade enxerga a polícia da mesma forma. A diferença se dá, porém, entre os que possuem média escolaridade: 71% dessas pessoas desconfiam da polícia, contra 62% entre os de baixa escolaridade e de 63% entre os de alta.
Os pesquisadores dizem que isso é resultado, em parte, de escândalos de corrupção e das ações policiais violentas, que estão constantemente na imprensa.
Um exemplo disso está no questionário feito aos pesquisados. Quando perguntados se houve alguma notícia sobre a Justiça ou o Judiciário que chamou a atenção, 22% responderam afirmativamente. Das notícias citadas, 44% referiam-se a casos policiais.
Em primeiro lugar ficou o caso do menino Juan Moraes, de 11 anos, morto pela polícia do Rio de Janeiro durante operação na favela Danon, em Nova Iguaçu. Bem depois apareceram os casos envolvendo o ex-goleiro Bruno e o assassinato de Mércia Nakashima, em Guarulhos (SP).
Outro motivo para a desconfiança da população em relação à polícia é que o país não tem dados consolidados sobre violações cometidas pelas forças de segurança. As corregedorias de polícia (militares, civis, rodoviária federal e federal) chegam a registrar casos, mas as informações não são analisadas.
Em São Paulo, cujos dados vão de 1995 a 2006 apenas, as principais denúncias recebidas pela ouvidoria da polícia tratam de infrações disciplinares (13,6%) e homicídios cometidos por policiais (10,5%), seguidos por má qualidade no atendimento (10,4%) e abuso de autoridade (6%).
O anuário, elaborado pela ONG (organização não governamental) Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Ministério da Justiça, aponta ainda que o Brasil gastou, em 2010, R$ 47,6 bilhões com a área de segurança pública, um valor 4,4% superior ao do ano anterior.
Informações do r7.com
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Apesar dos investimentos em formação, 65% dos moradores de Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal afirmam que a polícia é nada ou pouco confiável. O dado consta do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado nesta quarta-feira (23). A pesquisa foi feita entre abril e junho de 2011.
A desconfiança em relação à polícia atinge todas as classes sociais e perfis, como sexo e escolaridade. Entre as mulheres, no entanto, a polícia tem uma imagem ligeiramente pior: 69% delas não confiam nos agentes. Quanto aos homens, esse índice é de 61%.
Um dado que chama atenção é que a população de baixa e alta escolaridade enxerga a polícia da mesma forma. A diferença se dá, porém, entre os que possuem média escolaridade: 71% dessas pessoas desconfiam da polícia, contra 62% entre os de baixa escolaridade e de 63% entre os de alta.
Os pesquisadores dizem que isso é resultado, em parte, de escândalos de corrupção e das ações policiais violentas, que estão constantemente na imprensa.
Um exemplo disso está no questionário feito aos pesquisados. Quando perguntados se houve alguma notícia sobre a Justiça ou o Judiciário que chamou a atenção, 22% responderam afirmativamente. Das notícias citadas, 44% referiam-se a casos policiais.
Em primeiro lugar ficou o caso do menino Juan Moraes, de 11 anos, morto pela polícia do Rio de Janeiro durante operação na favela Danon, em Nova Iguaçu. Bem depois apareceram os casos envolvendo o ex-goleiro Bruno e o assassinato de Mércia Nakashima, em Guarulhos (SP).
Outro motivo para a desconfiança da população em relação à polícia é que o país não tem dados consolidados sobre violações cometidas pelas forças de segurança. As corregedorias de polícia (militares, civis, rodoviária federal e federal) chegam a registrar casos, mas as informações não são analisadas.
Em São Paulo, cujos dados vão de 1995 a 2006 apenas, as principais denúncias recebidas pela ouvidoria da polícia tratam de infrações disciplinares (13,6%) e homicídios cometidos por policiais (10,5%), seguidos por má qualidade no atendimento (10,4%) e abuso de autoridade (6%).
O anuário, elaborado pela ONG (organização não governamental) Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Ministério da Justiça, aponta ainda que o Brasil gastou, em 2010, R$ 47,6 bilhões com a área de segurança pública, um valor 4,4% superior ao do ano anterior.
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