A Sky anunciou nesta quarta (15) o lançamento de seu serviço de locação e conteúdo de vídeo, o Sky Online. O sistema funciona via web e permite assinatura mensal, por 15 reais – mesmo preço dos concorrentes Netflix e Netmovies.
No entanto, a oferta começa com uma série de restrições. Ao menos nos primeiras semanas, só estará disponível para os 13,5 milhões de assinantes da operadora – o presidente da operadora, Luiz Eduardo Baptista, não soube precisar quando será ampliado. Diferentemente do Now, da concorrente NET, não será possível acessá-lo na TV, apenas via computador. "Se quiser ver na TV, tem de ligar o notebook nela", diz.
Além disso, o conteúdo não será amplo, admite o executivo. "Nossa preocupação é a qualidade, não quantidade", afirma. De acordo com ele, a operadora possui ferramentas de audiência "melhores que a do Ibope", capazes de identificar exatamente o quê e quando os assinantes assistem. Com base nelas é que será definido o conteúdo ofertado no Sky Online. Para se antecipar à possíveis críticas sobre falta de volume, ele se antecipa: “não começaremos com 10 mil títulos. Pela nossa experiência no on-demand e no pay-per-view, dois ou três filmes respondem por 80% da audiência”, argumenta.
Segundo Baptista, o Brasil será um laboratório de testes. "Se for um serviço bem sucedido, a Sky irá expandi-lo para outros países", disse.
O sistema de aluguel/compra é semelhante ao de outros serviços no mercado. O aluguel custará a partir de 7 reais, e o conteúdo poderá ser visto em até 48h após o início. A compra custará a partir de 5 reais (mas blockbusters, como Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2, custam 35 reais). Já a assinatura mensal, a partir de 15 reais (primeiros 6 meses, depois sobe para 20 reais), dará acesso ilimitado.
Sem TV, XBox de PS3
De acordo com a empresa, o Sky Online funciona com conexão de banda larga a partir de 1 Mbps, mas é recomendável 2 Mbps. A tecnologia do player é a Silverlight (também adotada pela Netflix), o padrão da Microsoft concorrente do Adobe Flash. De acordo com o executivo, a escolha foi porque o Silverlight está presente em mais computadores (o que não é verdade) e funciona melhor que o Flash. Outro ponto é que o Online ainda não mostra se o conteúdo está em definição standard (SD) ou em alta (HD). Para o presidente da Sky, isso não importa. "Essa diferença só é vista em telas acima de 32 polegadas", diz.
Segundo Baptista, também não há pressa para levar o produto para a TV. "Pela nossa experiência, a maioria dos consumidores não se importa em ligar o notebook ao aparelho", afirma.
Para ele, o fato de produtos como o Netflix serem sucesso em plataformas como o XBox e o PS3 não é parâmetro. "Esses consoles têm baixa penetração no país", afirma. No entanto, afirma que no futuro o Sky Online estará disponível para eles também ("no horizonte de um ano", afirma) - embora, antes, o foco seja o iPad.
Baptista também distribuiu alfinetadas na concorrência. "Vamos oferecer mais shows ao vivo que o Terra TV e filmes blockbuster antes do Netmovies", diz. Quanto ao Netflix, ele compara o Sky Online ao tenista sérvio Novak Djokovic (atual número 1 do mundo), com Björn Borg, grande jogador da década de 70. Para ele, o Neflix é um serviço "iminentemente velho" – "não é à toa que eles estão tentando comprar mais conteúdo, sempre".
O presidente da Sky acredita que, por ser uma “pure player” (empresa especializada), o serviço de streaming da operadora será superior. “Nosso negócio é conteúdo, e por isso somos a empresa que mais cresce”, afirma.
Ele afirma que o Sky Online não é uma estratégia de defesa, mas sim de complementaridade. "É um café Nespresso ao final de uma refeição completa, era nossa obrigação oferecer aos consumidores".
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