O Palmeiras ficou bem longe do seu melhor, mas ao menos ampliou a invencibilidade que já dura 14 jogos oficiais – vindos desde o ano passado. Diante do surpreendente Oeste, nesta quinta-feira, no Pacaembu, o Verdão sofreu para empatar em 1 a 1. A equipe do interior paulista marcou muito, anulou o meio-campo de Luiz Felipe Scolari e conseguiu controlar por boa parte do tempo um jogo que teve duas novidades para os palmeirenses: a estreia do zagueiro paraguaio Román e a entrada do goleiro Bruno no lugar de Deola, por opção técnica.
O Oeste abriu o placar com um gol de pênalti de Mazinho, e Maikon Leite empatou no fim do primeiro tempo. O problema para o Palmeiras foi que, com Daniel Carvalho bem marcado, faltou criação no meio-campo. Sobrou dependência das bolas paradas de Marcos Assunção, que desta vez não conseguiu brilhar.
O empate derruba o Palmeiras para a terceira posição com 21 pontos, atrás de Corinthians (23) e Guarani (22), que bateu o XV de Piracicaba também nesta quinta. Já o Oeste fica com oito pontos, perto da zona de rebaixamento.
Na próxima rodada, o Palmeiras pega o São Paulo no clássico de domingo, às 16h (de Brasília), em Presidente Prudente. No mesmo dia, o Oeste recebe o Mogi Mirim às 18h30m.
Surpresa de Itápolis
O Oeste começou o jogo sem se trancar na defesa, como normalmente fazem os adversários do Palmeiras no Pacaembu. Com um sistema de marcação bem definido, a equipe de Roberto Cavalo surpreendeu e comandou as ações nos primeiros minutos. De volta ao Verdão, Cicinho teve problemas na marcação pela direita. Por ali, Mazinho recebeu lançamento perfeito de Roger e foi tocado por Márcio Araújo. Pênalti convertido pelo próprio Mazinho, aos 11.
Só assim para o Palmeiras acordar, ou pelo menos tentar. Muito marcado, Daniel Carvalho esteve sumido, e isso fez o time de Luiz Felipe Scolari apostar mais na ligação direta, com o estreante zagueiro Adalberto Román tentando encontrar Maikon Leite e Barcos no ataque. A torcida se irritava a cada passe errado, e o nervosismo se refletia nos jogadores.
O jogo foi franco, com o Oeste sem medo de apostar no contra-ataque. E Roger seguiu dando trabalho a Bruno, a Leandro Amaro, a Román... O paraguaio foi até entortado pelo meia em um lance. À beira do gramado, Felipão gritava para Daniel fugir da marcação de Paulo Vitor, sem sucesso.
Hernán Barcos foi o melhor do Palmeiras no primeiro tempo, aquele que esteve mais próximo do gol. Depois de assustar o goleiro Zé Carlos em duas oportunidades, ele decidiu aos 40 minutos, girando em cima do zagueiro e soltando o petardo de pé esquerdo. Maikon Leite, esperto, aproveitou o rebote e empatou a partida.
Tudo amarrado
O panorama seguiu igual, já que o Oeste não se intimidou com a pressão dos pouco mais de nove mil torcedores no Pacaembu. Não foi um dos melhores dias do Palmeiras, que teve meio-campo quase nulo graças à ótima marcação da equipe do interior. O Verdão teve mais volume de jogo, mas isso não se traduziu em perigo.
Pelo contrário. Foi o Oeste que criou mais, já que a defesa alviverde ficou exposta. Mazinho ficou na cara do gol de Bruno por duas vezes, em uma delas quase desempatou. O clima ficou tenso, e Felipão perdeu a paciência: lançou Vinícius na vaga de Daniel Carvalho, e João Vitor na de Patrik. O lateral artilheiro Artur também entrou para tentar resolver, e o Palmeiras ficou ainda mais ofensivo.
Mas há dias em que nem mesmo a garantia funciona. Sem criação no meio, o time passou a apostar na costumeira bola aérea. Marcos Assunção, o especialista, errou faltas que não costuma errar. E quando acertou, Zé Carlos salvou. A maior chance foi de Román, que apareceu por trás da zaga, aproveitou o cruzamento, fez o movimento perfeito para cabecear... Mas o goleiro do Oeste garantiu o empate.
Na frente, os atacantes queriam mais. O fim do jogo teve até pressão da equipe do interior. Consciente, o time treinado por Roberto Cavalo trocou passes e se aproveitou do nervosismo alviverde. Pela direita, Vanderson exigiu defesa espetacular de Bruno. No fim, o empate virou lucro. Melhor pensar no clássico contra o São Paulo.
do Globoesporte
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