Com um time reserva e atuando fora de casa, o Corinthians tropeçou e, depois de cinco rodadas, perdeu a liderança do Campeonato Paulista. Com o empate em 3 a 3 conquistado no último lance diante do Comercial, em Ribeirão Preto, neste domingo, o Timão foi ultrapassado pelo São Paulo, que superou o Santos, e caiu para a terceira colocação da competição. A ponta da tabela ficou com o Palmeiras, que bateu a Ponte Preta neste sábado. Tivesse vencido, a equipe do Parque São Jorge asseguraria a ponta.
Esta foi a primeira vez na temporada que o Corinthians sofreu mais de um gol no mesmo jogo. Até este domingo, o Timão havia levado apenas seis tentos no ano – um pela Libertadores e cinco pelo estadual. A maior dificuldade foi com o gramado ruim, que dificultou o toque de bola alvinegro, marca registrada da equipe de Tite.
Com seu time em situação complicada no Campeonato Paulista, o técnico Geninho, do Bafo, armou o time basicamente para marcar. Três zagueiros e três volantes congestionaram o meio de campo. Já o corintiano Tite optou por escalar a equipe com apenas um atacante de área e três jogadores chegando de trás – Douglas, Willian e Emerson Sheik. Com tanta gente no meio, a partida começou truncada.O Corinthians volta a campo na quarta-feira, contra o Cruz Azul-MEX, pela quarta rodada da fase de grupos da Taça Libertadores. Já pelo Paulistão, o próximo compromisso será no domingo, diante do Palmeiras. O Comercial viaja para São Paulo, onde pega a Portuguesa, sábado, no Canindé.
Bolas na trave e jogo empatada
As primeiras jogadas do Corinthians e do jogo saíram de bolas paradas. Com Douglas nas cobranças, o Timão levava perigo. Mas quem assustou de verdade, e com a bola no chão, foi Sheik. Duas bolas no travessão em menos de dois minutos.
Pelo lado do Comercial, a responsabilidade de tentar armar os lances de ataque ficou para Leandro. Bem recuado, ele ficou longe do atacante Elionar Bombinha. Por isso, a bola chegou poucas vezes dentro da área, e quase todas em lançamentos longos. Mas quando o passe saiu redondo, o Comercial levou perigo, como quando Wellington recebeu na esquerda e cruzou na cabeça de Bombinha, que também acertou o travessão.
Aos poucos, os jogadores do Comercial começaram a se soltar mais. Os laterais passaram a apoiar e deixaram a defesa do Timão em dificuldades. Até que, aos 31, Bombinha recebeu um longo lançamento pela direita, já dentro da área, e ajeitou para Élton marcar.
Mas a alegria dos torcedores do time do interior durou pouco. Apenas quatro minutos depois o Corinthians chegou ao empate. E a jogada se iniciou do jeito que o Timão mais assustava: nas bolas paradas. Em uma cobrança de falta de Douglas para a área, o volante Ricardo Conceição empurrou o zagueiro Antônio Carlos. Pênalti que Emerson bateu para empatar, aos 37. Tite havia pedido para Willian bater, mas Sheik assumiu a responsabilidade e foi bem.
Comercial na frente
Na volta para o segundo tempo, Willian, que apareceu pouco, passou a jogar um pouco mais adiantado, perto da área ao lado de Elton. Mas não houve tempo de o Comercial sofrer pressão. Logo aos quatro minutos, o Bafo ficou novamente em vantagem no placar com gol de Fabão. E, depois de marcar, o time de Ribeirão Preto optou por não recuar. Seguiu trocando passes e procurando espaços na defesa adversária.
No Corinthians, quem tinha que armar, pouco apareceu. Douglas, que reclamou muito da situação precária do gramado, não ajudou. Precisando mudar a cara do jogo, Tite promoveu duas alterações seguidas. Bill e Vitor Junior entraram nos lugares de Elton e Willian. Dessa forma, o time de Parque São Jorge passou a ter dois meias de criação, mas nada mudou.
Precisando do resultado, o Timão, sem qualidade, se lançou para o ataque de qualquer jeito e passou a dar espaços para os contra-ataques do Comercial, que passou a assustar mais. E foi assim que o time do interior fez mais um, aos 31, com Marcelo Ferreira, e passou a segurar o resultado. Pressionando e praticamente sem esquema de jogo, o Corinthians diminuiu aos 44 minutos, com Gilsinho, e igualou o resultado no último segundo com Ramón.
do Globoesporte
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