Ronaldinho precisou de 12 jogos para fazer um gol em clássico carioca. Neste domingo, enfim, desencantou em cobrança de pênalti. Mas o camisa 10 foi além nas “estreias” e recebeu o primeiro cartão vermelho – aos 39 da etapa inicial - em um duelo regional. Porém, mesmo com a oscilação do astro, o Flamengo resistiu à pressão do time misto do Fluminense e venceu por 2 a 0. Kleberson, que não atuava pelo Rubro-Negro desde novembro de 2011, fez o outro gol rubro-negro.
No centenário do Fla-Flu, o duelo deste domingo apresentou times desfigurados no Engenhão (pouco mais de 14.753 presentes), mas teve um grande personagem. O goleiro Paulo Victor brilhou. O rubro-negro teve ótima atuação e impediu a reação do Tricolor com mais de uma dezena de defesas arrojadas.
Após três rodadas na Taça Rio, o Flamengo pula para os seis pontos no Grupo A e está na quarta posição. O Macaé lidera com nove e o Botafogo tem sete. Por sua vez, mesmo com apenas três pontos, o Fluminense está em terceiro na chave B – o Vasco lidera.
Neste meio de semana, os rivais se dedicam à Libertadores. O Fluminense recebe o venezuelano Zamora na quarta e no dia seguinte o Flamengo joga contra o paraguaio Olimpia. Os dois jogos serão no Engenhão.
Ronaldinho para o bem e para o mal
Sem jogar pelo Flamengo desde 20 de novembro de 2010, Kleberson foi a novidade na escalação inicial de Joel Santana. O treinador também deu a primeira chance a Thomas e barrou o lateral-esquerdo Junior César – Magal o substituiu. Poupando as estrelas Deco, Thiago Neves e Fred, Abel apostou num meio-campo com três volantes - Valencia, Diguinho e Jean - e escolheu Wagner para ser o elo de ligação com a dupla de ataque Rafael Moura e Rafael Sobis.
O mistão tricolor começou melhor. Até os quatro minutos, o time incomodou Paulo Victor duas vezes. A principal em um chute de Souza dentro da grande área que o goleiro defendeu sem dar rebote.
Os erros de passe do Flamengo se multiplicaram e impediram que a bola chegasse a Vagner Love. Até que Ronaldinho recuou e no primeiro bom passe encontrou Galhardo na área. Carleto deu o carrinho lateral, acertou a bola e o jogador adversário. O árbitro Eduardo Cordeiro assinalou pênalti. Ronaldinho, aos 20, cobrou rasteiro no canto direito e abriu o placar. Na comemoração, trenzinho com as mãos para o alto em direção à torcida rubro-negra e nenhuma represália às vaias que recebeu no jogo de quinta-feira contra o Emelec.
O Fluminense se desestruturou com o gol e tomou o segundo, aos 24. Magal cruzou da esquerda, Anderson cortou mal de cabeça, Kleberson dominou e chutou cruzado no lado direito de Diego Cavalieri.
- Fico feliz por isso. Fruto da confiança da comissão, da diretoria e minha família que me apoiaram a todo instante – disse o jogador, que correu para a torcida e vibrou freneticamente após o gol.
Paulo Victor para o Fluminense
Em desvantagem, o Tricolor arriscou chutes de longe, mas com características que atrapalhavam: fracos ou sem direção. Aos 37, Souza quebrou a regra e obrigou Paulo Victor a salta e espalmar a bola no ângulo esquerdo.
A tranquilidade do Flamengo terminou com a expulsão de Ronaldinho. O camisa 10 tinha cartão amarelo e pisou no tornozelo de Wagner aos 39 minutos. Ele saiu dizendo que o árbitro “estava de sacanagem” e recebeu xingamentos dos tricolores. Os torcedores do Fla, por sua vez, apoiaram o astro.
A pressão tricolor aumentou e Paulo Victor se destacou. Ele fez linda defesa aos 45. Souza entrou na área, bateu no canto direito e o goleiro se esticou para espalmar.
O Flamengo voltou encolhido para o segundo tempo. A primeira chance do Flu aconteceu aos cinco. Samuel, que entrou no lugar de Rafael Sobis, finalizou com a sola do pé na pequena área e Paulo Victor mergulhou para, de novo, salvar.
A pressão do Fluminense continuou, mas a zaga rival, comandada pelo chileno Marcos González, respondeu bem. O relógio correu e poucas chances foram criadas. O Flamengo tentou contragolpes com Diego Maurício e Love, que ficaram isolados no ataque. O rival recorreu a chutes de longe e bolas cruzadas na área, mas sem efeito. Todos pararam nas mãos de Paulo Victor. O goleiro terminou o jogo ovacionado pela torcida.
do Globoesporte
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