Era um clima diferente em São Januário. O Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) proibiu a entrada de instrumentos e faixas, alegando que as torcidas não enviaram ofício prévio pedindo autorização. Além disso, o baixo nível técnico da partida e a presença de poucos torcedores (menos de 5 mil no total) contribuíram para que o estádio ficasse quase em silêncio. Mas nada como um ídolo para tirar o Vasco do marasmo e comandar a vitória por 3 a 0 sobre o Madureira, neste domingo, em São Januário, pela terceira rodada da Taça Rio. Autor das poucas boas jogadas e do primeiro gol cruz-maltino, Juninho foi fundamental para que a equipe confirmasse a liderança isolada do Grupo B, agora com sete pontos. Ele também recebeu aplausos de Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, que assistiu à partida das tribunas.O próximo compromisso do Vasco no Campeonato Carioca será o clássico contra o Botafogo, no próximo domingo, no Engenhão. Antes, nesta quarta-feira, a equipe enfrenta o Libertad, pela Libertadores, no Paraguai, para onde viaja nesta segunda. Já o Madureira volta a campo domingo contra o Bangu, em Conselheiro Galvão.
Primeiro tempo sem emoções
O ambiente de São Januário não era convidativo ao bom futebol. E isso se refletiu em campo no primeiro tempo, marcado por muitos erros de passe e péssimo nível técnico. Mesmo com muitos jovens do Vasco em campo, foi Juninho Pernambucano, de 37 anos, quem mais se movimentou. Saíram dos pés do capitão as poucas jogadas de gol da equipe nos primeiros 45 minutos.
O Madureira tampouco mostrou competência em suas jogadas ofensivas, embora a desorganização do Vasco fosse um convite às investidas. No entanto, a equipe aos poucos reduziu seu ímpeto até chegar ao intervalo mostrando-se satisfeito com o empate sem gols.Aos dez minutos, Juninho Pernambucano acertou boa enfiada de bola para Diego Souza. Pouco depois, cobrou escanteio na cabeça do camisa 10. Mas essas duas e todas as outras tentativas do Vasco no primeiro do tempo não foram na direção do gol. Irritada, a torcida chegou a vaiar Fellipe Bastos e mostrou impaciência com Eduardo Costa.
Juninho comanda vitória
O Vasco voltou para o segundo tempo com Abelairas no lugar de Chaparro e sem mudanças na prática. O jogador teve participação discreta, sem arriscar muitas jogadas e dando preferência aos passes curtos. O clima em São Januário permaneceu morno, mas foi necessário o talento solitário do ídolo para fazer o estádio sair do silêncio. Aos dez minutos, Juninho teve duas chances consecutivas defendidas pelo goleiro Cléber. Mas mostrando uma motivação muito maior que a de seus companheiros, o Reizinho abriu o placar em grande estilo. Ele tocou a bola com o peito para Dieyson e correu para dentro da área. Max foi à linha de fundo e cruzou na medida para o capitão, que tocou de cabeça para fazer 1 a 0, aos 14 minutos.
O placar favorável acordou a torcida, que passou a cantar e apoiar a equipe. Em campo, o Vasco mostrou-se mais efetivo e finalmente começou a criar boas jogadas. Assim, diante da fragilidade do Madureira, o segundo gol não demorou a sair. Aos 21 minutos, o então criticado Fellipe Bastos se redimiu marcando o seu. Ele roubou a bola de Caio César na intermediária e chutou no canto direito de Cléber, fazendo 2 a 0. Normalmente adepto das dancinhas, preferiu chupar o dedo e repetir o gesto de Bebeto na Copa de 1994 para homenagear a filha recém-nascida Giovanna.
Já com a vitória praticamente confirmada, o Vasco diminuiu o ritmo. O Madureira ainda tentava diminuir a desvantagem, mas esbarrava nas boas defesas de Fernando Prass. Aos 35 minutos, Juninho novamente provocou euforia em São Januário ao deixar o campo para a entrada de Diego Rosa. O camisa 8 foi ovacionado e chegou a fazer um movimento de reverência à torcida, que cantava seu nome, pouco antes de entrar no vestiário.
Aos 41 minutos, o Vasco ainda fez o terceiro, numa bela jogada de muitos toques. Ela foi finalizada por Allan, que substituiu Jonathan e ainda cortou um adversário antes de chutar para a rede.
do Globoesporte
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