19 de dez. de 2011


South Korea North Korea Kim Jong Il 300x225 Atenção   Morre o ditador Kim Jong il, da Coreia do Norte.A TV estatal da Coreia do Norte informou nesta segunda-feira que o governante do país, Kim Jong-il, morreu no último sábado, às 8h30m (horário local, 21h30m de sexta-feira pelo horário de Brasília). O ditador, de 69 anos, enfrentava sérios problemas de saúde e já tinha sofrido um derrame, em 2008. Segundo fontes, ele estava em estado de apoplexia há alguns meses. De acordo com um despacho norte-coreano publicado pela agência sul-coreana Yonhap, Kim morreu por causa de “fadiga mental e física” e teve um ataque cardíaco durante uma viagem.
O anúncio da morte do ditador, que governou o país com mão de ferro por 17 anos, foi transmitido pela TV estatal com um pronunciamento emocionado de uma apresentadora vestida de preto: “Nosso grande líder morreu”.
O ditador morto sábado – que recebeu o comando da Coreia do Norte de seu pai – já havia escolhido o mais novo de seus três filhos, Kim Jong-un, para sucedê-lo. A TV estatal anunciou oficialmente: “Kim Jong-un é o grande sucessor e líder do partido (dos Trabalhadores), das Forças Armadas e do povo”
Mas há desconfianças sobre o futuro político do país, que há anos vive uma séria crise econômica e fortes tensões com os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão, países que Kim Jong-il já ameaçou atacar.
REAÇÕES TENSAS NOS VIZINHOS E NOS MERCADOS
As forças armadas sul-coreanas entraram em alerta e a bolsa de Seul – país constantemente ameaçado pela Coreia do Norte – teve forte baixa após o anúncio da morte do ditador. Motivo: as incertezes envolvendo o vizinho comunista. O governo sul-coreano convocou uma reunião de emergência.
Nos Estados Unidos, a Casa Branca informou que está monitorando de perto a situação. O presidente Obama e seu colega sul-coreano, Lee Myung-bak, conversaram por telefone logo após o anúncio da morte do ditador.
No Japão, o primeiro-ministro Yoshihiko teve uma reunião especial de segurança com seu gabinete e disse a seus ministros que se preparassem para qualquer circunstância inesperada, incluindo uma queda acentuada das bolsas ou “questões fronteiriças”. Ao mesmo tempo, o governo japonês expressou condolências pela morte do ditador norte-coreano.
“O governo expressa suas condolências após o anúncio repentino da morte inesperada do presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte, Kim Jong-il. O governo japonês espera que isso não tenha consequências negativas para a paz e a estabilidade na península coreana”, disse o comunicado.
Na Austrália, o ministro do Exterior, Kevin Rudd, pediu “calma” aos governos da região para manter a situação controlada perante a “ambiguidade e incerteza” provocadas pela morte do líder norte-coreano.
O governo chinês, país da região que tem as melhores relações com o regime norte-coreano, expressou condolências e disse que continuará buscando com a Coreia do Norte “a establidade regional”.
UM LÍDER EXÓTICO, MAS PERIGOSO
A morte de Kim Jong-il, considerado um líder exótico mas que vinha dando muita dor de cabeça ao ocidente por seu programa nuclear, pode amenizar ou agravar a situação no país comunista, que busca ter armas nucleares e sofre um embargo econômico liderado pelos EUA, enquanto a maior parte de sua população vive na miséria. A quem acredite que o país poderia enfrentar uma convulsão social após a morte de seu “líder supremo”.
A questão da sucessão norte-coreana sempre foi tão sigilosa que só o círculo familiar imediato e confidentes do dirigente tem alguma noção clara da situação. Na Coreia do Sul, por outro lado, especulações sobre a saúde de Kim e sua sucessão sempre foram um assunto recorrente.
O provável sucessor, Jong-un, nasceu no final de 1983 ou começo de 84 e foi educado em Berna, na Suíça. Segundo amigos, era um aluno inteligente e sociável na adolescência. Aprendeu basquete com um israelense e é fã de mangás japoneses e de Arnold Schwarzenegger. Porém, sua juventude sempre foi considerada uma barreira à sua ascensão, numa sociedade que tradicionalmente preza a experiência dos mais velhos. No ano passado, porém, com menos de 30 anos de idade ele foi nomeado general de quatro estrelas e vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores.
A mídia diz que o filho mais velho de Kim, Jong-nam, com mais de 40 anos – e que apareceu desleixado e obeso em um filme – sempre esteve fora do páreo. Já o segundo, Jong-chol, seria considerado fraco demais para governar. A agência Yonhap disse que Jang Song-taek, cunhado de Kim e dirigente do partido, atuaria como “tutor” do sucessor Kim Jong-un.
O FUNERAL
Kim Jong-il, o ditador exôtico que morreu sábado, era o filho mais velho de Kim Il-Sung, o fundador da Coreia do Norte comunista e idolatrado no país, numa linha de cunho stalinista. Segundo a propaganda oficial, quando Kim Jong-il nasceu, em 1942, surgiram no céu uma estrela e um arco-íris duplo. Desde então, o monte Paekdu, onde teria nascido, é um lugar sagrado. Na Coreia do Sul e no ocidente, no entanto, a versão é diferente: o ditador que morreu sábado teria nascido num campo de treinamento guerrilheiro russo, a partir de onde seu pai empreendeu a guerra de resistência contra o Japão, até 1945.
Após obter um diploma universitário, em 1964, Kim Jong-il fez carreira dentro do Partido dos Trabalhadores. Já em 1980 foi designado por seu pai o sucessor no comando do país. Porém, só em 1994, após a morte do pai, assumiu o controle do Partido dos Trabalhadores e o comando de fato das Forças Armadas.
A agência oficial KCNAO informou que o funeral do ditador será em 28 de dezembro, em Pyongyang, com o país comunista de luto até 29 de dezembro. O ditador deverá ser enterrado no Palácio Memorial de Kumsusan, onde também fica o mausoléu de seu pai.

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